APOCALIPSE: SER IGREJA NO MUNDO (parte 3)
“Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
Apocalipse 2:29
“Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em meu trono,
assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu trono”. Apocalipse 3:21
Cartas às Sete Igrejas da Ásia Menor –
Hoje Região da Turquia.
As
sete igrejas receberam as cartas vindas do Senhor para elas, esses cartas
respondiam os anseios daquelas igrejas, e mostram as características de serem
igrejas no mundo que vivemos:
Suas
Necessidades, suas fraquezas (pecados), sua coragem, e sua fidelidade ao Senhor
Jesus.
O
que não podemos esquecer é que a mensagem
do apocalipse foi diretamente para as Igrejas da Ásia Menor, que
experimentavam a perseguição, nos dias de Domiciano, Imperador de Roma, que as
perseguia por ser cristãs:
“Escreva num livro o que você vê e envie a estas
sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e
Laodicéia". Apocalipse
1:11
Nas cartas Jesus revela seu poder sobre estas
igrejas, sua presença constante, sua
vigilância, e proteção sobre elas. (1:13-16). Era para que essas igrejas entendessem
a sua Atuação e resposta às suas ansiedades e expectativas.
As
igrejas de hoje podem perceber na revelação apocalíptica, as advertências de
Jesus que devem ser aplicadas à sua experiência no seu tempo e na sua história.
Como foi para as Sete Igrejas da Ásia Menor.
1. IGREJA QUE PRECISA RESGATAR
O AMOR. (2:1-7)
Igreja de Éfeso – recebeu elogios por sua firmeza (perseverança), mas
foi advertida também devida à fraca pratica do amor.
Para
esta Igreja Jesus se apresenta
afirmando seu poder sobre as igrejas.
Representa
uma igreja que resiste às perseguições sem perder a fé e a coragem, porque
mantem-se firme na doutrina, que é capaz de opor-se aos falsos profetas
(apóstolos).
Embora
suas boas características, ela abandona o seu primeiro amor (2:4); esquecendo-se do amor inicial que vivera por
Jesus, e consequentemente pelos irmãos na fé.
Assim
ela corre o risco do vazio, e declínio espiritual, mesmo sendo ativa e mantendo
a pureza doutrinaria.
Jesus advertiu a igreja de Éfeso, e a
mesma chamada de atenção deve ser observada por todas as igrejas em qualquer
época.
Trazer
á memória de “onde caiu”, pois só
recordando o ponto em que estava quando lhe diminuiu o amor a Jesus e aos
irmãos, é possível atender a advertência do Senhor: ARREPENDE-TE!
Admitir
sua responsabilidade pelo erro é a base para o arrependimento e atitude de
restauração para então “praticar as
primeiras obras” motivadas pelo amor, como no inicio.
A
falta de arrependimento e atitude de correção pode causar o enfraquecimento e
extinção da igreja, porque sua luz no mundo se apaga.
Assim
como para igreja de Éfeso, o Senhor promete a todas as Igrejas: “O
vencedor comerá da árvore da vida” (2:7).
Dar
de comer da árvore da vida é uma linguagem bíblica que expressa a promessa que
Jesus faz de dar vida eterna no paraíso (O céu – lugar onde Deus está). Lugar para
os fiéis, mesmo que isto lhe custe à vida.
“Não é a perseverança que traz salvação,
mas a perseverança mostra que a pessoa é realmente de Jesus, salva por Ele”. (Revista Fidelidade. Apocalipse. Página 10).
2. IGREJA QUE SE APRESENTA
IRREPREENSIVEL. (2:8-11)
Igreja de Esmirna – Uma igreja que recebeu só elogios, porque com
fidelidade suportou a perseguição, mantendo-se fiel ao Senhor Jesus.
Para
Esmirna Jesus se apresenta como o
eterno e poderoso para vencer a morte.
Igreja irrepreensível é aquela, que independente da condição material é
rica por causa da sua força espiritual para suportar as pressões que surgem de
fora, e se esforça por manter-se fiel ao Senhor e ao seu propósito de serviço
cristão no mundo.
Jesus avisou a Igreja de Esmirna que o a perseguição e os ataques do mundo ímpio
estaria presente durante a sua existência: a tribulação duraria dez dias
(2:10). Significando um período curto mais completo, que está sob o controle do
Senhor.
Assim como para Esmirna, Jesus avisa que a perseguição é um fato na experiência da igreja;
mas oferece aos crentes duas exortações:
A
primeira, para não ficar com medo, mas para manter-se
fiel, mesmo que tenham que morrer. A segunda é uma promessa: “dar-lhes a coroa da vida” (2:10).
Na
revelação do apocalipse observamos a promessa de Jesus que o vencedor não
experimenta a segunda morte, que é eterna para o ímpio (Ap. 20:6, 14-15;
21:18).
O
crente não deve olhar para o sofrimento, que o testemunho de Jesus pode lhes
trazer, mas seus olhares devem estar dirigidos
para a promessa da fé - A VIDA ETERNA.
3. IGREJA QUE PRECISA SER
AUTÊNTICA: (2:12-17; 18-29)
Igreja de Pérgamo (2:12-17) – Aos olhos dos outros, era perfeita, e invencível,
porem o Senhor sabia que estava corrompida por dentro, porque alguns dos seus
membros estavam seguindo doutrinas erradas e a igreja os tolerava.
Jesus se apresenta para Pérgamo como juiz “aquele que tem a espada aguda
de dois fios”.
Há
lugares que é desafiador para ser crente e
manter-se firme como um cristão. Em Esmirna, a cidade estava dominada pelo
culto pagão ao Imperador, lugares assim é muito difícil testemunhar da fé em
Cristo (UM DESAFIO).
No
entanto, como em Pérgamo, há crentes que
mantem-se firme, fieis a Jesus (2:13). Um exemplo marcante em Pérgamo foi o
de Antipas, um membro da igreja, morrera por causa da sua lealdade ao Senhor.
Em Pérgamo, a igreja estava afetada por pregadores de doutrinas
falsas, como Balaão, que no tempo de Israel no deserto, por ganancia aceitou
amaldiçoar Israel e abriu caminho para que o povo adorasse ídolos e tivessem
uma vida impura. Na Igreja havia aqueles
que pareciam espirituais, mas que estavam se deixando levar pela ganancia e
moralidade.
Assim
também em todas as épocas da história da igreja encontramos casos semelhantes: “aqueles que se deixam levar...”. Se a
igreja não tomar atitude de correção, embora o pecado seja de alguns, este pecado vai corroer a igreja.
A promessa para a igreja que age na
direção de agradar a Deus, e abandona
o pecado: Os vencedores se alimentaram do maná e receberão uma pedra branca com
um novo nome (2:17). O maná, como na experiência de Israel no deserto, é
símbolo do sustento espiritual. A pedra branca com novo nome é a sua identidade
e passaporte para um novo relacionamento com Cristo.
Igreja de Tiatira (2:18-29) – Esta igreja até foi elogiada por suas realizações
(obras), uma igreja operosa; seu
amor, sua fidelidade, e sua paciência (perseverança) eram notórios, mas tolerava falsos ensinamentos que
resultavam em atitudes pecaminosas.
Vemos
neste texto a figura da igreja identificada com o relativismo, que passa a
ideia da relatividade das Escrituras, ou seja, não acreditam na revelação
ABSOLUTA DAS ESCRITURAS SAGRADAS. Principalmente a negação do sobrenatural de
Deus. Pensamentos assim geram atitudes pecaminosas no meio da igreja.
Comparada
no texto com a mulher de Tiatira, que agia de modo semelhante à Jezabel, rainha
em Israel e era idolatra imoral e má, e arrastou o povo para idolatria. (1ºReis
16:29 a 22:40).
Igreja
onde se identifica enganos como em Tiatira, onde pessoas falam em nome de Deus, mas transmitem ensinamentos falsos;
levam pessoas na igreja a se adaptarem com costumes mundanos, contrários à
moral cristã.
Não
havendo arrependimento e restauração Jesus avisa que nesta igreja, aqueles que seguem “Doutrinas de Jezabel”,
serão réu do juízo divino (2:22).
Por
outro lado, em Tiatira, como em todas as igrejas, o Senhor identifica aqueles que permanecem fieis! Aqueles que não
aceitaram os ensinos mentirosos e deturpados da verdade do evangelho. Para
esses crentes há conselhos:
Conservar a fé (2.14); Viver o amor; Ser encontrado
fiel; Ser perseverante; Servir ao Senhor (2:19).
Aos
crentes é determinado pela Palavra para não
“Entrar em acordo” com os ensinos errados. Atitude que deve durar até a
Volta de Jesus, mesmo não sabendo o dia e a hora que acontecerá.
Aos
crentes de Tiatira, e a todos os crentes em sua época, os vitoriosos o Senhor Jesus faz duas promessas (2:26-28): A
primeira era que receberão poder sobre
as nações, ou seja, serão reconhecidos por sua fidelidade. E a segunda é
“Dar a eles a Estrela da Manhã”, significando a presença do Cristo Vencedor na
vida de cada crente fiel.
4. IGREJA QUE PRECISA SER VIVIFICADA (3:1-6)
Igreja de Sardes (3:1-6) – Esta igreja não recebeu elogios, apenas repreensão
(3:1-2). Embora o texto, mostra alguns crentes mantidos fieis (3:4). Era uma
igreja de boa reputação, parecia viva porque era atuante e bem sucedida, mas
logo é mostrada a declaração de que os crentes viviam de aparência.
Jesus
se apresenta à igreja de Sardes como aquele
que tem a os Sete Espíritos de Deus (1:4). E aquele que tem as sete estrelas
(1:16). Ou seja, Jesus declara sua autoridade divina sobre a igreja e seus
lideres.
Bom
destacar que “Sete” no apocalipse tem sentido de Perfeição
Como em Sardes, em todas as épocas identificamos pessoas nas
igrejas: “Parecem ser crentes”, mas
não estão identificados com a verdade.
Interessante
que normalmente estão sempre ocupados na
igreja, nas programações, a até são bem dedicados nas atividades da igreja,
mas acomodados espiritualmente.
São
como “Perdidos na casa do Pai”, como
aquele filho que ficou na casa do Pai, e não conseguiu perdoar o seu irmão que
voltou (Lucas 15:25-32).
Como
em Sardes (3:4), há nas igrejas aqueles
que permanecem fieis, talvez “poucos”, a estes Jesus adverte: “Se
Vigilante” (3:2), através deste poucos há esperança para restauração da igreja.
O
conselho de Jesus: “Lembrem o que
receberam e ouviram” (3:3). Isto é, trazer à memória os ensinamentos da
Palavra, e por isso creram no evangelho. A ênfase “Guarde firmemente”.
Jesus desafia a Igreja à Vitória (3:6), promete: Roupas brancas, símbolo da vitória e pureza.
O nome inscrito no livro da vida, ou seja, a garantia de entrar no céu.
“Aquele que for fiel a Jesus, mostrando
isso em suas atitudes, ações e palavras, pode ter certeza de que jesus o
reconhecerá diante do Pai e dos anjos”.
(Revista Fidelidade – Apocalipse. Página 14).
5. IGREJA QUE RESISTE AS
PROVAÇÕES: (3:7-13)
Igreja de Filadélfia – Uma igreja que agradou o Senhor (3:8). Embora
tivesse pouca força, isto é, fosse pequena, com poucos recursos e pouca
influência. Apesar das limitações materiais, havia se mostrado forte.
Jesus se apresentou à igreja com três
títulos (3:7): Aquele que é santo.
Aquele que é verdadeiro. Aquele que tem a chave de Davi. (“chave” – significa ter
o controle de tudo).
Assim
como em Filadélfia, a igreja tem que
permanecer fiel ao Senhor, mesmo em meio às dificuldades do seu tempo. Para
este tipo de Igreja Jesus colocar a “Porta Aberta”, que a garantia de
relacionamento e comunhão com o Senhor; é também o símbolo da entrada no reino
do céu. E, além disso, Jesus afirma no texto que os inimigos do Reino saberão
ao amor de Jesus pela igreja.
Também
como foi com a Igreja de Filadélfia, que sofreu a perseguição do império
Romano; o Senhor promete guardar os
crentes a igreja quando chegar o momento da provação (tentação); tempo em
que a fé será duramente testada por causa da perseguição.
Esta
promessa tem haver com o fato da Igreja
guardar a palavra da paciência (perseverança) em Jesus (3:10).
Nas
Escrituras Jesus avisa aos crentes: Ele
vem repentinamente, sem aviso, o crente precisa estar vigilante (Mt. 24:36, 42, 44, Mc. 13:13:32-37).
A
exortação de Jesus, diante da certeza que Ele voltará, é “Guarda o que tens”. Assim como os crentes em Filadélfia,
precisamos guardar a fé, a fidelidade, a
certeza de ser participantes do reino dos céus.
A
igreja vencedora Jesus promete (3:12): “Eu o farei coluna no templo do meu Deus”.
“Coluna” aqui é símbolo de
estabilidade; E “Templo” e símbolo
de permanência na presença do Senhor.
Prometeu
também escrever sobre o cristão três nomes: “O nome de Deus, o nome da cidade do meu Deus, e um Novo Nome”. Que
significam? “Nome de Deus” – A quem
Pertence o crente; “Nome da Cidade” –
Identifica a sua cidadania, neste caso “cidadão dos céus”; “Novo Nome” – A marca que o identifica com Jesus.
Igreja
de Laodiceia – Participava da riqueza e da prosperidade da cidade. Era uma Igreja
rica (3:17); mas espiritualmente era pobre. Esta igreja não recebeu um elogio
sequer.
Jesus é
identificado junto à igreja como: “Aquele que é verdadeiro e em quem se pode
confiar e como agente da criação” (3:14).
Severa acusação à igreja do tipo Laodicéia: “Uma igreja morna, e arrogante, e por isso
cega” (3:16-18).
Igreja que, como a de Laodicéia, é igreja orgulhosa: de haver
adquirido riquezas materiais, de ser prospera, de ser uma igreja de sucesso; mas não consegue enxergar o seu terrível estado
espiritual.
Espiritualmente Laodicéia estava numa
situação crítica: Miserável, pobre, cega
e nua!
Advertências para que a Igreja se arrependa e
busque RIQUESA ESPIRUTAL:
“Abrir
a porta para Jesus” – Para Ele entrar e fazer parte da vida da Igreja
(3:20).
“Comprar
ouro refinado” – a riqueza da persistência da fé.
“Adquirir
vestes brancas” – limpeza espiritual (interior), vida transformada por Jesus.
As igrejas podem e devem buscar estar
equipada com recursos materiais para suas atividades; mas o melhor equipamento
é ter dentro da igreja, crentes com vidas santificadas onde Cristo tem lugar no
seu coração e na sua vida.
APLICAÇÃO
Uma igreja autentica e leal ao Senhor Jesus, precisa
estar identificada com à pratica do amor
cristão, e à pureza doutrinária.
Uma igreja pode ter atividades religiosas
excelentes, e ser bem sucedida, mas deve
fortalecer-se no Senhor Jesus, para não fracassar espiritualmente.
O fato de Jesus conhecer o que a igreja
realiza (obras), conforta os crentes e ao mesmo tempo é um estimulo para
caminhar nos cuidados para que não perca
a sua essência de servir ao Senhor da Igreja.
A Igreja está diante do mundo para
testemunhar da sua fé; por isso precisa fazer
a escolha certa: Ficar firme e permanecer fiel aos princípios do evangelho,
mesmo se passar pelas provações.
Cada
crente em Jesus é um vencedor, não na perspectiva deste mundo, mas na perspectiva
da eternidade, da vida com Jesus.
Todas as promessas de Jesus dizem respeito à
vida no céu, mas a igreja sabe que pode
contar com a sua presença a cada dia “Até à consumação dos séculos”.
Fonte: Revista Fidelidade - Apocalipse Lições 3, 4
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