APOCALIPSE: O TRIUNFO DO POVO DE DEUS E A MANIFESTAÇÃO DO SEU PODER SOBRE TODAS AS COISAS. (parte 7)


Apocalipse 11:3-12:17 (12:11)

“Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida”. Apocalipse 12:11

A revelação, foi em meio a perseguição dos cristãos, aqui neste texto o Senhor através de João tem o objetivo de animar os crentes da Ásia, e encoraja-los a prosseguir testemunhando a sua fé.

Antes do toque da Sétima Trombeta é revelado aos crentes o aparecimento das Duas Testemunhas, que no texto representam a igreja (o povo de Deus), que hoje tem o compromisso de alertar quanto à vinda de Cristo e o Juízo Final.

1. TRIUNFO DAQUELES QUE TESTEMUNHAM A FÉ (11:3-14).

No verso 3 percebe-se a voz do Senhor Jesus que diz:

“Darei poder às minhas duas testemunhas, e elas profetizarão durante mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco". Apocalipse 11:3

Foi o próprio Jesus que determinou aos seus discípulos para ser testemunho do evangelho e da sua fé, a todas as nações.

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". Atos 1:8

As “Duas Testemunhas”: O Povo de Israel, a Igreja de Jesus– recebem a missão de profetizar, isto é, de anunciar a mensagem do arrependimento.

“Duas Oliveiras”, ou “Dois Castiçais”: Oliveiras – o Povo de Israel. Castiçais – As Igrejas. No texto é a representação das Testemunhas de Deus na Terra. (Ap. 11:4; 1:20; Jr. 11:16; Rm. 11:7, 17, 24).

Então o entendimento é que a referencia às “Duas Testemunhas” – representam a totalidade do povo de Deus – Tanto Judeus como Gentios (outras nações). Sua missão: Testemunhar de Cristo, sendo o poder e a fidelidade do seu testemunho simbolizada por dois profetas do Antigo Testamento: Elias e Moises, um resgate dos episódios do passado destes profetas:

Elias: 2Rs 1:9-12 – diante dos profetas de Baal; 1Rs. 17:1 – impediu que chovesse em Israel.

Moisés: Ex. 7:19, 20 – Transformação  da água em sangue; Ex. 8:1-10:29 - Feriu o Egito com dez pragas).

Outro ponto interessante sobre “Duas Testemunhas”: É que entre os Judeus, só era válido o testemunho de duas ou três pessoas (Dt. 17:6; 19:15; Mt. 18:6; 2Co. 13:1; 1Tm. 5:19; Hb. 10:28).

O tempo do Testemunho“1260 Dias”: Refere-se ao tempo das Duas Testemunhas (As Igrejas, e o Povo de Deus) tem para realizar a sua Missão.

Como entender 1260 Dias? – 42 meses x 30 dias = 1260 dias.

“Tempo da Aflição – 42 meses” – Este símbolo tem sua origem no Livro de Daniel 7:25. Que diz respeito ao domínio que o Rei Antioco teria sobre os Judeus e o sofrimento que causaria a eles. Este domínio aconteceu 167 Anos a.C. Que durou 3 anos e meio (42 meses).

A visão repetida a João no Apocalipse: 1260 dias tem o símbolo de um período indefinido de grande sofrimento e aflição.

Morte e Vida das Duas Testemunhas (11:7-11): Percebe-se o ataque hostil (a besta) as testemunhas (igreja e povo de Deus), são perseguidas e mortas.

“Seus corpos” – mortos são expostos na Praça da Grande cidade que chamada Sodoma e Egito (11:8; 16:9; 17:18; 18:10). Cidades que simbolizam na Bíblia a Imoralidade de hostilidade de um povo contra Deus.

Os crentes da Ásia compreenderam a mensagem, pois Roma, a Poderosa, estava contaminada com a imoralidade, e agia com hostilidade e zombaria contra os crentes.

Mas o Senhor restabelece o animo da Igreja (11:11):

“Mas, depois dos três dias e meio, entrou neles um sopro de vida da parte de Deus, e eles ficaram de pé, e um grande terror tomou conta daqueles que os viram. Então eles ouviram uma forte voz do céu que lhes disse: "Subam para cá". E eles subiram para o céu numa nuvem, enquanto os seus inimigos olhavam”. Apocalipse 11:11,12

Assim é em qualquer época da historia da igreja; muitos não darão ouvidos, ou crédito à sua pregação; e até os poderosos poderão perseguir e trazer grande sofrimento à igreja, mas o Senhor, assim como em toda a história da igreja dá vigor e forças para se colocar de pé e continuar testemunhando com triunfo a sua fé,  até o dia que triunfantente for arrebatada. 

2. DEUS ANUNCIA O FIM DE TODAS AS COISAS, E A MANIFESTAÇÃO DO SEU PODER (11:15-29).

O Anjo Toca a Sétima Trombeta (11:15):

“O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve altas vozes no céu que diziam: "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre". Apocalipse 11:15

A Sétima Trombeta marcou o fim dos tempos e o julgamento dos ímpios, os motivos do toque desta trombeta são semelhantes à abertura do sexto selo (6:12-17).

Interessante observar que João não está apresentando uma cronologia dos acontecimentos, mas está revelando que o fim chegará e que será precedido durante toda a história, de sinais e advertências, e de vitória parciais da igreja (livramentos), culminando com a sua vitória final com a volta de Jesus.

João Proclama a Soberania de Deus, e que o Senhor cuidará da história e leva-la até ao fim que Ele planejou.

Diante disto é percebido duas cenas na Visão de João:

Primeira: Seres celestiais representados pelos “vinte e quatro anciãos”: Estes seres se prostram diante do Senhor – Simbolizam a submissão universal a Deus e a Cristo (11:15).

No dia do julgamento haverá declaração de recompensas (galardão) para os remidos do Senhor: “Profetas, santos, e aos que temem o teu nome” (11:18).

Como haverá punição: “para os que destroem a terra” – isto é, para aqueles que corrompem os homens e destorem suas vidas.

Segunda: Abertura do templo e o aparecimento da arca: Para entender é preciso dizer que no céu não há templo e nem arca!

O templo para os judeus é entendido lugar santíssimo; e a arca para eles era entendido como presença de Deus.

Então a conclusão é que: As visões do templo e da arca simbolizam a manifestação completa da GLÓRIA DE DEUS e a sua presença real com os salvos (21:3).

3. DUAS LUTAS: A DO INIMIGO, E A LUTA DO SOBERANO DEUS (12:1-6).

Para os crentes das Igrejas da Ásia, estas lutas, foram entendidas por eles, como a atuação hostil dos Imperadores Romanos até a derrota definitiva de Satanás e a Vitória definitiva de Jesus Cristo.

Então fica entendido que este conflito vai além do império romano, atinge todas as épocas porque o “mundo está no maligno” (1ªJo. 5:19).

Tal luta mencionada acontece entre a sétima trombeta e o derramar das pragas das sete taças (15:1).

Como a luta acontece?

“O dragão vermelho” (12:3): O próprio João explica – simboliza a “antiga serpente, chamada Diabo, e Satanás” (12:9).

“As sete cabeças do dragão”: Indica sua grande astúcia, “as coroas” indicam autoridade para o mal, os “dez chifres” refere-se ao seu poder para praticar a maldade.

Está claro que não se trata de um animal real, mas apresenta um quadro simbólico do grande poder de Satanás, que é enfatizado pelo seu tamanho gigantesco e pela destruição que provoca (12:4)

“Sua cauda arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra. O dragão colocou-se diante da mulher que estava para dar à luz, para devorar o seu filho no momento em que nascesse”. Apocalipse 12:4

A Visão da mulher com seu filho (12:5): Que te a missão de governar as nações com “vara de ferro” – É JESUS!

Isto fica claro na mensagem a igreja Tiatira: “Ele é quem dá aos salvos poder para governar as nações com vara de ferro” (2:26, 27).

Em Apocalipse 19:15 – Jesus é apresentado como aquele que governará com vara de ferro.

“Visão da mulher e seu filho”:

Alguns a identificam ser a mãe de Jesus, portanto “Maria”.

Outros pensam que a revelação no seu contexto não se trata que a “mulher” aqui seja uma referencia humana, por tanto a perseguição que o dragão faz à mulher conduz na direção de identifica-la com a IGREJA cristã, porem Cristo não nasceu da igreja, ao contrario a Igreja é que tem sua origem em Cristo (Mt.16.18).

Aí vem o significado mais apropriado desta visão “a mulher e seu filho”:

Observando o Antigo Testamento encontramos o ensino sobre a nação de Israel sendo tratada como mulher – a noiva, ou esposa de Deus. (Is. 54:5; Jr.3:6-10; Os. 2:19-20). Já no Novo Testamento a igreja aparece comparada a mulher – Ela é a Noiva, ou Esposa de Jesus (Ef.5:23, 25-27, 32). E a Esposa do Cordeiro (Ap. 18:7; 21:9; 2Co. 11:2).

Essa imagem de Israel e a da Igreja como mulher levam a pensar no povo de Deus como um todo: A comunidade messiânica da qual nasceu Jesus (Israel); e depois aquela que teve origem no próprio Messias (a Igreja).

Portanto, a mulher representa o verdadeiro povo de Deus tanto da velha aliança como da nova aliança.

A Luta do dragão Satanás é na direção da tentativa de destruir a obra de Jesus (12:7-17):

Satanás sempre quis destruir Jesus e a sua obra (Mt. 2.13-18; 4:1-11).

A Visão de João revela que Satanás atacou o Céu – Indica a luta de Satanás levando Cristo à cruz; percebe-se aqui que se trata de um evento espiritual. (12:7-9). 

Mas o inimigo foi vencido com a morte e vitória de Jesus na Cruz!  Jesus, o Messias, foi ressuscitado pelo poder de Deus (Mt. 28:1-10). E foi e tomou lugar no Seu Trono!

Satanás não se contentando, ataca então a MULHER que o povo de Deus (12.6, 13-17). Atacou a Israel para destruí-lo e depois passou a atacar a igreja.

Mas Deus mostra-se poderoso na luta contra os ataques de Satanás (12:1-17)

Aparecem “Duas Águias e a terra que ajudou a Mulher”:

A perseguição é a todo o povo de Deus que é apresentado no texto como “outros filhos da mulher”, isto é, os cristãos, aqueles que obedecem aos mandamentos e testemunham fielmente de Jesus.

Os crentes da Ásia se perguntavam qual a razão de estar sob o ataque feroz do império Romano? A resposta: Satanás uma vez vencido no céu está guerreando na terra contra o povo de Deus.

Assim é em toda a história da humanidade, e também nos dias atuais: A guerra de Satanás contra as Igrejas de Cristo; mas a Igreja conta com a poderosa presença do Senhor Deus para proteção do seu povo.

APLICAÇÃO

A mensagem para os cristãos do século 21 é que Deus dá proteção suficiente às suas igrejas para que elas realizem sua missão profética, que é testemunhar de Jesus ao mundo.

Durante este tempo os inimigos investirão contra a igreja, querendo destruir suas obras, muitos até mesmo com morte, e até pensarão ter vencido. No entanto, o dragão não pode destruir o povo de Deus, assim como não pode destruir o Messias.

A proteção do Senhor é permanente e a vitória da igreja e do povo de Deus é certa!

Fonte: Revista Fidelidade – Apocalipse lição 8


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