DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DE DEUS.

1ª Coríntios 4:1-21 (1, 2).

“Despenseiro”: O mesmo que MORDOMO (encarregados; ou servo).

“v.1. Portanto, que todos nos considerem como servos (mordomos) de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus. v.2. O que se requer dos servos (mordomos- encarregados) é que sejam fiéis”. 1 Coríntios 4:1,2

Na Igreja de Corinto havia divisão em torno dos líderes cristãos (os de Paulo, os de Cefas ou Pedro, e os de Apolo – 3:4; 22).

E os grupos debatiam entre si julgando um ou outro líder como superior, como melhor, como mais capaz.

Erravam nisto, pois tanto um líder como o outro atuavam como “Cooperadores de Deus” (3:9).

O ensino afirma que é o próprio Deus que concede o crescimento da Igreja (3:6,7); e que Cristo é o Seu Fundamento (3:11). E assim a Igreja procura alcançar a unidade em Cristo Jesus.

A doutrina que Paulo transmitiu aos Coríntios é válida para os nossos dias, para que tanto as igrejas, como os próprios pastores, tenham consciência do sentido de suas atuações, entendendo que são DESPENSEIROS DE DEUS.

1. Servos e despenseiros de Deus (4:1-5).

Entendendo que o fundamento da Igreja é JESUS CRISTO, e que Ele é o centro da direção da Igreja, nenhum líder é superior em si mesmo, mas é Deus quem o capacita.

Aprendemos no texto como os líderes (pastores) devem ser percebidos na igreja:

- Os Líderes (obreiros) devem ser considerados MINISTROS DE CRISTO. V.1. A palavra “ministro” é tradução da palavra original, grego – “RIPERETES”, que significa no original “escravo” que remava na parte de baixo de grandes navios, obedecendo exclusivamente ordens de um superior.

Esses escravos trabalhavam em conjuntos com outros da sua mesma condição para que a embarcação avançasse. A palavra passou a significar SERVO, alguém que auxilia em um trabalho.

O ensino Paulino, mostra que todos os obreiros devem trabalhar em harmonia com os demais servos da igreja, para as obras avancem.

Então, nenhum era superior a outro e, assim a igreja deve considerar.

- Os Líderes (obreiros) devem ser considerados como despenseiros dos mistérios de Deus. Como já vimos Despenseiros é o mesmo que mordomo, ou servos, encarregado de providenciar o alimento e todas as coisas para uma casa para que o dono não se envolva com os serviços rotineiros. Normalmente o Mordomo é o supervisor dos demais servos.

A responsabilidade do Mordomo é grande, tem o compromisso de prestar conta ao dono da casa.

Assim, como Paulo, todos que lideram (pastores), são percebidos como servos colocados por Deus nas igrejas para administrar os “mistérios de Deus” a todos os crentes, tem a grande responsabilidade de supervisionar a igreja e prestar contas ao Senhor da Igreja – JESUS.

“Mistério de Deus”, dos quais o obreiro é despenseiro, são as verdades que oculta no passado, e que os homens por si mesmos não podem conhecê-las. Deus, então, as revela por Cristo.

Os “mistérios de Deus”, dos quais os servos são despenseiros, é a revelação do plano de Deus de salvar os homens por meio do sacrifício de Jesus Cristo. É a proclamação do evangelho da Salvação que os servos cumprem a sua tarefa de conhecer e proclamar os mistérios de Deus.

2. A principal característica do despenseiro de Deus (4:2).

Pela natureza da sua atividade, o trabalho do servo que realiza a função de despenseiro não sofria uma rígida vigilância, por isso, para que exercer a função o fator essencial era que o despenseiro fosse servo digno de confiança.

No ensino o apostolo enfatiza a função de despenseiro: pregador, pastor, precisa ser fiel, honrado, honesto, e confiável. A grande responsabilidade do despenseiro é lembrar que deve total lealdade a Deus e que, portanto, não pode desvirtuar a mensagem do evangelho da salvação.

Vejamos os aspectos essenciais do despenseiro dos mistérios de Deus:

- Não ir além do que está revelado nas escrituras (4:6). Assim como em Corinto muitos têm atitudes que colocam sua palavra e ações acima das Escrituras, o apostolo adverte que não é licito tal procedimento. Nenhum obreiro tem do que se gloriar, porque toda revelação vem de Deus.

- Ser capaz de suportar tudo como consequência da sua fidelidade (4:10-13). O despenseiro fiel é um servo que suporta as aflições, até mesmo com alegria, pois os sofrimentos são inerentes a função e a à sua fidelidade.

Mas em meio a tudo isto, continua cumprir seus deveres de despenseiros de Deus, sem injuriar, sem tornar mal por mal, bendizendo seus perseguidores, orando por seus ofensores.

3. Despenseiro admoestando com amor. (4:14-21).

O fiel despenseiro tem o dever de admoestar os crentes, de adverti-los a respeito dos erros que tenham praticados.

Deve fazer isso não como superior, como dominador, mas como pai que ama seu filho.

Foi assim que o apostolo agiu em relação a igreja de Corinto, ele queria que os crentes mudassem de atitude, e avisa que se não atendessem a carta, iria pessoalmente adverti-los.

Firmeza e espirito de mansidão deve nortear a ação do despenseiro quando trata com os membros da igreja os assuntos que deem ser objetos de correção.

O importante é lembrar aos crentes que sua conduta deve revelar sua fidelidade ao Senhor Jesus, por isso o bom despenseiro age com amor na condução e doutrinamento dos seus liderados.

Aplicação:

O despenseiro tem que viver integralmente o evangelho de Jesus, como ele é, sem tirar nem por, sem subtrações nem acréscimos.

Pastores e líderes nas igrejas, como despenseiros de Deus, têm o dever de advertir os crentes. Isso não é uma tarefa fácil, pois pode gerar desconforto. No entanto, quando advertem por meio da pregação e ensino, ou do aconselhamento, fazendo com amor e mansidão, estão sendo fieis a Deus.

Vivemos um tempo em que muitos crentes são chamados a prestar sua lealdade a líderes humanos. Os meios televisivos e redes de comunicação a cada dia apresenta “pregadores” que atraem multidões. Cada um se apresenta como o melhor, como o mais poderoso.

A Igreja não pode se deixar enganar, pois a sua lealdade tem de ser exclusivamente a Cristo, é preciso saber avaliar os líderes que se apresentam pelo padrão dado pelos ensinos de Paulo: Sua fidelidade às Escrituras e sua capacidade de sofrer por Jesus.

Fonte: Revista Fidelidade - 1ª Coríntios