SETE IGREJAS, SETE LIÇÕES PARA AS IGREJAS HOJE.


Apocalipse 2:7; 11; 17; 29; 3:6; 13; 22.

“Quem tem ouvidos ouça, o que o Espirito diz às Igrejas”.

Cartas Às Sete Igrejas da Ásia Menor, hoje identificada geograficamente a região da Turquia.

As sete igrejas receberam as cartas vindas do Senhor para elas, esses cartas respondiam os anseios daquelas igrejas, e mostram suas necessidades, suas fraquezas (pecados), sua coragem, e sua fidelidade ao Senhor Jesus.

O leitor não pode esquecer é que a mensagem do apocalipse foi diretamente para as Igrejas da Ásia Menor, que experimentavam a perseguição, nos dias de Domiciano, Imperador de Roma, que as perseguia por ser cristãs:

“Escreva num livro o que você vê e envie a estas sete igrejas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia"Apocalipse 1:11

Um pouco sobre o Apocalipse: Na verdade tem-se constado que tem sido o livro menos lido, e menos conhecido, atribui-se ao medo que muitos têm em relação às revelações no livro; ao fato de ser um livro menos abordado nas pregações; e é claro que as várias posições de interpretes do livro, apresentando posições até assustadoras, pode ser a causa da pouca leitura por parte dos crentes na igreja.

Mas o fato é que o livro é a apresentação da Manifestação de Cristo, revelando o seu cuidado para com a igreja e seu povo, desde o tempo das igrejas do Apocalipse, também, para o seu povo ao longo da existência a era cristã, até o grande dia da Volta Triunfante de Jesus, para tomar para si a sua igreja.

Mas enquanto Jesus não vem, quais são as lições que aprendemos com a revelação às Sete Igrejas do Apocalipse?

1. A IGREJA QUE PRECISA RESGATAR E VIVER O PRIMEIRO AMOR.

Igreja de Éfeso: 2:1-7 -– Recebeu elogios por sua firmeza (perseverança), mas foi advertida também devida à fraca pratica do amor.

Para Igreja dos Efésios Jesus se apresenta afirmando seu poder sobre as igrejas.
A Igreja dos Efésios representa uma igreja que resiste às perseguições sem perder a fé e a coragem, porque mantem-se firme na doutrina, que é capaz de opor-se aos falsos profetas (apóstolos).

Embora suas boas características, ela abandona o seu primeiro amor (2:4); esquecendo-se do amor inicial que vivera por Jesus, e consequentemente pelos irmãos na fé.

É advertida “Trazer à memória de onde caiu”, pois só recordando o ponto em que estava quando lhe diminuiu o amor a Jesus e aos irmãos, é possível atender a advertência do Senhor: ARREPENDE-TE (2:5)!

O amor é a marca do discípulo verdadeiro (Jo. 13:34-35 - "Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros". João 13:34,35)

Deus está interessado muito mais com o relacionamento do que com o trabalho que o crente desenvolve na igreja, mesmo entendendo que trabalhar no Reino é um dever e um prazer para todo crente.

2. A IGREJA QUE SE APRESENTA IRREPREENSIVEL.

Igreja de Esmirna 2:8-11 – Uma igreja que recebeu só elogios, porque com fidelidade suportou a perseguição, mantendo-se fiel ao Senhor Jesus.

Para Esmirna Jesus se apresenta como o eterno e poderoso para vencer a morte.

Como Jesus viu a Igreja de Esmirna?
  • Uma Igreja pobre numa cidade rica.
  • Uma Igreja Vitoriosa, para os crentes dessa cidade, Jesus prometeu a coroa da Vida.
  • Uma Igreja Fiel até a morte, ou seja, mesmo tendo que morrer, permaneceu fiel.
Jesus avisou a Igreja de Esmirna que o a perseguição e os ataques do mundo ímpio estaria presente durante a sua existência: a tribulação duraria dez dias – Deus controlando tudo (2:10).

Jesus avisa que a perseguição é um fato na experiência da igreja; mas oferece aos crentes duas exortações:
  • A primeira, para não ficar com medo, mas para manter-se fiel, mesmo que tenham que morrer.
  • A segunda é uma promessa: “dar-lhes a coroa da vida”. (2:10).
Fica claro entender, que os sofrimentos acontecem com o propósito de conceder a Igreja a prova da sua confiança no Senhor, e não será destruída (2:10).

No nosso Brasil – Perseguição muito mais ideológica!

Em meio à tribulação conforta a Igreja o saber que pode contar com o Senhor que compartilha com ela a sua presença. Jesus conhece as aflições da Igreja, porque anda no meio dos candeeiros (Igrejas –cap 1). Sua Presença nunca se afasta.

3. A IGREJA QUE PRECISA SER AUTÊNTICA:

Igreja de Pérgamo (2:12-17) – Aos olhos dos outros, era perfeita, e invencível, porem o Senhor sabia que estava corrompida por dentro, porque alguns dos seus membros estavam seguindo doutrinas erradas e a igreja os tolerava.

O objetivo central da carta: Alertar a igreja sobre o risco da perigosa mistura do povo de Deus com os enganos doutrinários e com a imoralidade do mundo.

Jesus se apresenta para Pérgamo como juiz “aquele que tem a espada aguda de dois fios”.

Na Igreja havia aqueles que pareciam espirituais, mas que estavam se deixando levar pela ganancia e imoralidade. A Igreja de Pérgamo era tolerante com o liberalismo.

A promessa para a igreja que age na direção de agradar a Deus, e abandona o pecado: “Os vencedores se alimentaram do maná e receberão uma pedra branca com um novo nome” (2:17).

Alerta para Igreja: Em Pérgamo, como Satanás não conseguiu êxito contra a Igreja usando a perseguição, mudou a sua tática, e usou a sedução (ecumenismo).
A Igreja e os crentes precisam rejeitar os banquetes pagãos, para participar do banquete do céu. Jesus é o maná (pão) do céu.

4. A IGREJA QUE REJEITA FALSOS ENSINOS

Igreja de Tiatira (2:18-29) – Esta igreja até foi elogiada por suas realizações (obras), uma igreja operosa; seu amor, sua fidelidade, e sua paciência (perseverança) eram notórios, mas tolerava falsos ensinamentos que resultavam em atitudes pecaminosas.

Em Tiatira, Havia uma profetisa que incentivava as pessoas a conhecerem as “coisas profundas de Satanás”. Jesus fala contra a mulher de Tiatira, que agia de modo semelhante à Jezabel, rainha em Israel e era idolatra imoral e má, e arrastou o povo para idolatria. (1ºReis 16:29 a 22:40).

Vemos neste texto a figura da igreja identificada com o relativismo, que passa a ideia da relatividade das Escrituras, ou seja, não acreditam na revelação ABSOLUTA DAS ESCRITURAS SAGRADAS. Principalmente a negação do sobrenatural de Deus. Pensamentos assim geram atitudes que desviam a igreja da obediência a Palavra de Deus.

Por outro lado, em Tiatira, como em todas as igrejas, o Senhor identifica aqueles que permanecem fieis! Aqueles que não aceitaram os ensinos mentirosos e deturpados da verdade do evangelho. Para esses crentes há conselhos:

Conservar a fé (2.24, 25); Viver o amor; Ser encontrado fiel; Ser perseverante; Servir ao Senhor (2:19).

5. A IGREJA QUE PRECISA SER VIVIFICADA

Igreja de Sardes (3:1-6) – Esta igreja não recebeu elogios, apenas repreensão (3:1-2). Embora o texto, mostra alguns crentes mantidos fieis (3:4).

A Igreja de Sardes era vista como de boa reputação; parecia viva porque era atuante e bem sucedida, mas logo é mostrada a declaração de que os crentes viviam de aparência.

Jesus se apresenta à igreja de Sardes como aquele que tem a os Sete Espíritos de Deus (1:4). E aquele que tem as sete estrelas (1:16). Ou seja, Jesus declara sua autoridade divina sobre a igreja e seus lideres.

Como em Sardes, em todas as épocas identificamos pessoas nas igrejas: Como “Perdidos na casa do Pai”, como aquele filho que ficou na casa do Pai, e não conseguiu perdoar o seu irmão que voltou (Lucas 15:25-32).

Mas há nas igrejas aqueles que permanecem fieis, talvez “poucos” (3:4), ao crente Jesus adverte: “Se Vigilante” (3:2), através deste poucos há esperança para restauração da igreja.

O conselho de Jesus: “Lembrem o que receberam e ouviram” (3:3). Isto é, trazer à memória os ensinamentos da Palavra, e por isso creram no evangelho. A ênfase “Guarde firmemente”.

Jesus desafia a Igreja à Vitória (3:6), promete: Roupas brancas, símbolo da vitória e pureza. O nome inscrito no livro da vida, ou seja, a garantia de entrar no céu.

6. A IGREJA QUE RESISTE AS PROVAÇÕES:

Igreja de Filadélfia (3:7-13) – Uma igreja que agradou o Senhor (3:8). Embora tivesse pouca força, isto é, fosse pequena, com poucos recursos e pouca influência. Apesar das limitações materiais, havia se mostrado forte.

A Igreja em Filadélfia, uma congregação fraca e limitada materialmente, mas que dependia de Deus.

Os homens tendem a medir força e qualidade em termos de tamanho, poder e riqueza. Jesus vê as igrejas de forma diferente. Independente de sucesso em termos que o mundo vê e mede, Jesus olha para o caráter e o coração de cada discípulo e de cada igreja. Ele sabe muito bem quem pertence a ele.

Jesus se apresentou à igreja com três títulos (3:7): Aquele que é santo. Aquele que é verdadeiro. Aquele que tem a chave de Davi: “chave” – significa ter o controle de tudo.

Assim como para a Igreja que sofreu a perseguição do império Romano. O Senhor promete guardar os crentes a igreja quando chegar o momento da provação (tentação); tempo em que a fé será duramente testada por meio da perseguição. Esta promessa tem haver com o fato da Igreja guardar a palavra da paciência (perseverança) em Jesus (3:10).

A igreja vencedora Jesus promete (3:12):  “Eu o farei coluna no templo do meu Deus”. “Coluna” aqui é símbolo de estabilidade. E “Templo” e símbolo de permanência na presença do Senhor.

Jesus abre a porta para que a igreja trabalhe na proclamação do evangelho. Acima de tudo a Igreja precisa ser fiel e perseverar diante do Senhor para perceber as oportunidade e vencer os obstáculos.

7. A IGREJA ENRIQUECIDA MATERIALMENTE, MAS POBRE ESPIRITUALMENTE:

Igreja de Laodicéia (3:14-22) – Participava da riqueza e da prosperidade da cidade. Era uma Igreja rica (3:17); mas espiritualmente era pobre. Esta igreja não recebeu um elogio sequer.

Jesus é identificado junto à igreja como: “Aquele que é verdadeiro e em quem se pode confiar e como agente da criação” (3:14).

Severa acusação à igreja do tipo Laodicéia: “Uma igreja morna, e arrogante, e por isso cega” (3:16-18).

Espiritualmente A Igreja de Laodicéia estava numa situação crítica: Miserável, pobre, cega e nua!

Advertências para que a Igreja se arrependa e busque RIQUESA ESPIRUTAL:

“Abrir a porta para Jesus” (3:20). – Para Ele entrar e fazer parte da vida da Igreja

“Comprar ouro refinado” – a riqueza da persistência da fé.

“Adquirir vestes brancas” – limpeza espiritual (interior), vida transformada por Jesus.

Cristo que está no meio das Igrejas e anda no meio delas (cap.1). Sonda as Igrejas e as conhece: Como em Laodicéia, existem igrejas:
  • Igrejas que perdem o vigor “morna” (3:16-17).
  • Igrejas que perdem os seus valores “pobre” (3:17-18).
  • Igrejas que perdem a sua visão “cega” (3:18 b).
  • Igrejas que perdem sua investidura espiritual (3:17-22).

Os problemas de Laodicéia não eram: teológicos-doutrinários, nem moral, não havia falsos profetas, nem heresias. Não havia pecados de imoralidade nem engano. Não há na carta menção de hereges. O que faltava na igreja era FERVOR ESPIRITUAL.

Quando a Igreja abre a porta para Cristo entrar. Recebe a promessa de entrar na Casa do Pai. Quando recebe Cristo para cear, recebe a promessa de sentar com Ele no Seu Trono.

APLICAÇÃO. Diante das lições sobre as Sete Igrejas, aprendemos:

Uma igreja autentica e leal ao Senhor Jesus, precisa estar identificada com a prática do amor cristão, e à pureza doutrinária.

Uma igreja pode ter atividades religiosas excelentes, e ser bem sucedida, mas deve fortalecer-se no Senhor Jesus, para não fracassar espiritualmente.

O fato de Jesus conhecer o que a igreja realiza (obras), conforta os crentes e ao mesmo tempo é um estimulo para caminhar nos cuidados para que não perca a sua essência de servir ao Senhor da Igreja.

A Igreja está diante do mundo para testemunhar da sua fé; por isso precisa fazer a escolha certa: Ficar firme e permanecer fiel aos princípios do evangelho, mesmo se passar pelas provações.

Cada crente em Jesus é um vencedor, não na perspectiva deste mundo, mas na perspectiva da eternidade, da vida com Jesus.

Todas as promessas de Jesus dizem respeito à vida no céu, mas a igreja sabe que pode contar com a sua presença a cada dia “Até à consumação dos séculos”.

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