POPULISMO POLÍTICO E RELIGIOSO


O termo populismo, um dos mais controversos da literatura política, possui várias conotações. Geralmente é utilizado, na América Latina, para designar um conjunto de práticas políticas que consiste no estabelecimento de uma relação direta entre as massas e uma liderança política (um líder carismático) sem a mediação de instituições políticas representativas, como os partidos, ou até mesmo contra elas, e geralmente empregando uma retórica que apela para figuras difusas ("o povo", "os oprimidos", "os descamisados", etc.)

POPULISMO POLÍTICO E RELIGIOSO

Na história recente da América Latina vimos de forma muito evidente estes dois fenômenos aflorarem como nunca antes. Desde a Argentina com Cristina Kirchner até a Venezuela com Hugo Chávez, assim como o próprio Brasil, nos últimos 12 anos de governo de esquerda, experimentaram na pele a ascensão e queda do populismo. Nas instituições políticas ou religiosas, através de movimentos religiosos típicos do terceiro mundo, ficou empiricamente evidente para todos nós latino, como o Populismo POLÍTICO e o Populismo RELIGIOSO, são semelhantes em quase todos os seus aspectos. Destaco apenas alguns:

- AS INSTITUIÇÕES NO POPULISMO: Observa-se, por exemplo, que ambos menosprezam (quando convém) as instituições, pois os populistas acreditam que de fato estão acima delas.

- O DISCURSO NO POPULISMO: O discurso invariavelmente é egocêntrico, demagogo e cheio de falácias claramente detectadas pelos de fora, mas raramente pelos de dentro, tanto no meio religioso como no meio político.

- A MANIPULAÇÃO NO POPULISMO: Em casos extremos, o populista passa a discursar conscientemente apenas para os seus conversos (religiosos ou políticos), manipulando os de dentro e desprezando descarada e totalmente a lucidez dos de fora, (desprezando em casos extremos até mesmo a justiça, as leis, a ética…), pois, embebido mais na emoção do que na razão, seu conteúdo delirante, suas práticas contraditórias, fundamentadas em argumentos e justificativas alucinantes, só encontra repouso em mentes fanatizadas e exaustivamente exercitadas nas ideias equivocadas de seu líder cultuado, político ou religioso.

- O DISCÍPULO DO POPULISMO: O tópico anterior explica a manifesta e evidente cegueira intelectual do discípulo do populismo, pois mesmo diante de evidências e fatos irrefutáveis, ele permanece inamovível em seus pensamentos. Para os de fora, esta cegueira intelectual é tão inconcebível e bizarra, que parece até imoral, mas há razões para se crer que não é o caso, pois com o tempo descobrimos que boa parte desses reféns religiosos ou ideológicos são mais vítimas que vilões.


O QUE É POPULISMO POLÍTICO? O termo “populismo”, quando empregado na ciência política, define a atuação de líderes demagogos, geralmente carismáticos, que dizem o que o povo quer ouvir, sem compromisso com a verdade, com as contas públicas nem com a ética governamental.

Durante a campanha eleitoral, por norma, o líder populista conquista a confiança das massas (classes média e baixa), baseando-se num discurso simples, carismático, direto e pessoal, dispensando intermediações por parte de partidos políticos.

Outra característica marcante no discurso do líder populista é a ideia de que este é capaz de resolver todos os problemas do país, deslegitimando o restante das instituições democráticas e partidos políticos, tomando, para isso, medidas autoritárias. Estas, por sua vez, acabam por ser legitimadas pelo povo que nem sequer percebe que está a ser dominado.

Historicamente, a política populista esteve presente principalmente na América Latina, atingindo o auge entre as décadas de 1930 e 1970. Esta forma de governo costuma ser comum em países com grandes diferenças sociais, que apresentam um elevado nível de miséria e pobreza.

O QUE É POPULISMO ESPIRITUAL (OU RELIGIOSO)? Podemos chamar de “populismo espiritual” a prática de espiritualizar tudo para exibir uma suposta piedade cristã, a fim de se auto afirmar e de angariar a simpatia da comunidade religiosa, no meu caso cito a evangélica.

A espiritualização consiste num tipo de visão de mundo em que todos os eventos são explicáveis espiritualmente, desde a inflação até uma enfermidade crônica, passando pela falência da empresa ou um namoro complicado. Nessa concepção, todas as coisas tornam-se passíveis de uma avaliação “espiritual”, a qual pode indicar peremptoriamente a presença de “espíritos territoriais”, a possessão demoníaca – que existe, mas não explica tudo – ou a falta de fé.

À semelhança de Eva, que pôs a culpa na serpente, e o próprio Adão que pôs a culpa na esposa, quem vive a espiritualizar todas as coisas terceiriza responsabilidades. A causa do problema sempre é vista como fruto da batalha espiritual, sem se atentar para aspectos morais, sociais, econômicos, ideológicos, axiológicos, culturais ou educacionais. Frequentemente a causa espiritual do problema reside mesmo na falta de discernimento de quem tudo espiritualiza.

Juntando, então, o populismo com a espiritualização, tem-se a figura do populista espiritual, verdadeiro entrave à maturidade de uma igreja, ao testemunho cristão e à cultura cristã.

A partir de uma teologia equivocada, de um conhecimento bíblico precário e de uma cosmovisão dualista, o populista espiritual não consegue entabular um diálogo sem citar um versículo bíblico, vê demônio alojado em todo lugar, negligencia a leitura de livros que poderiam ajudá-lo, despreza o estudo, tem prazer na divulgação da própria espiritualidade e exige que todo juízo de valor seja precedido de um relatório do que a pessoa produziu “no Reino de Deus”. Ele é muito santo, ele é muito bom, ele é muito espiritual, ele ouve a voz de Deus diariamente, ele conhece como ninguém o mundo espiritual, ele dá “bom dia” ao Espírito Santo, ele revela mistérios, e seu grito “na Terra” é um verdadeiro espanto.

O populista espiritual entende que a suficiência das Escrituras significa que ele não pode ler nada mais que a Bíblia, quando, na realidade, a suficiência das Escrituras nos diz que é impossível ser salvo senão pela graça, mediante a fé no sacrifício vicário e expiatório de Jesus. De forma muito ignorante e alijada de toda sabedoria, o populista espiritual propala a falsa tese de que todas as suas proposições doutrinárias são fruto da leitura individual que faz da Bíblia, sem ter a mínima noção de que é também herdeiro de séculos de história da Igreja – embora demonstre administrar muito mal o patrimônio que recebeu.

O populista espiritual usa o púlpito para transmitir aos crentes um evangelho carrancudo, santarrão, pesado, difícil de carregar nos ombros, mas ao mesmo tempo é ele quem dedica o culto ao não convertido como se o centro das atenções devesse ser o convidado, e não a Pessoa de Cristo. O resultado disso é que para os de fora o evangelho é macio, enquanto para os de dentro o evangelho é como uma bola de chumbo segurando o pé.

Lamentavelmente, o populismo, tanto religioso como político, subsiste graças à existência e o apoio das massas fanatizadas. Portanto, na relação política, se faz necessário o resgate da visão ética que prese pela moral e bons costumes; e na relação espiritual não há possibilidade de crescimento espiritual se a percepção do mundo e da Bíblia for tão bisonha como aquela sustentada pelo populista espiritual. Para afastar esse vício, porém, é preciso começar seguindo o protocolo: diagnosticando-o de modo claro e objetivo, a fim de que a igreja possa discernir quando estiver diante dos sintomas.

Fontes:Texto Adaptado

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