VERDADES SOBRE MALAQUIAS 3


A reflexão aqui trata o assunto sobre “QUEM ROUBOU A DEUS NO LLIVRO DE  MALAQUIAS?”.

"Pode um homem roubar de Deus? Contudo vocês estão me roubando. E ainda perguntam: ‘Como é que te roubamos? ’ Nos dízimos e nas ofertas.
Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me roubando; a nação toda está me roubando.
Tragam o dízimo todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. Ponham-me à prova", diz o Senhor dos Exércitos, "e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las”.
Malaquias 3:8-10

O dízimo é a décima parte do rendimento. No Antigo Testamento, os judeus davam o dízimo de todo seu trabalho a Deus, para manter o templo, os sacerdotes, os outros trabalhadores do templo e as pessoas mais necessitadas da comunidade. Como a economia funcionava mais à base da troca direta, muita dos dízimos eram dados em produtos agrícolas, que podiam ser usados ou comercializados.

Entendo que à luz do Novo Testamento o Dizimo deve ser praticado para demonstração da nossa gratidão a Deus por tudo que ele É e faz em favor do seu povo, e segundo a proporção que cada uma determina no coração para entregar:

“Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente.
Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”.
2 Coríntios 9:6,7

QUEM ESTAVA ROUBANDO A DEUS EM MALAQUIAS?

O texto sagrado mostra uma indignação por parte de Deus ao ser roubado. Os dízimos não estavam sendo administrados conforme a Lei ordenava e Deus admoesta a nação de Israel que corrija sua conduta.

Veja o texto: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.” (Malaquias 3:8-9)

As perguntas que surge são:
  • QUEM era o ladrão?
  • QUEM estava retendo os dízimos de Deus e não os entregando na Casa do Tesouro?
  • A QUEM a admoestação para parar com o roubo é dirigida?

Para responder a esta pergunta com honestidade, precisamos conhecer o contexto do livro de Malaquias.

Em Malaquias 1 lemos:

Veja o texto: “O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor? diz o SENHOR dos Exércitos a vós, Ó SACERDOTES, que desprezais o meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o teu nome?” (Malaquias 1:6)

Esse texto é claro ao demonstrar a decadência dos sacerdotes, que não estavam temendo a Deus e nem O honrando como deveriam; alguns deles não temiam mais a Deus.

O contexto seguinte, a partir do verso 7, mostra que esses sacerdotes estavam oferecendo sacrifícios imundos a Deus, como por exemplo pão sujo e animais defeituosos, algo contrário ao que determinava a Lei.

O capítulo 1 mostra, sem sombra de dúvidas, que a indignação de Deus era contra os sacerdotes, pois eram somente eles quem ascendiam o fogo no altar de Deus (Malaquias 1:10). Essa tarefa não envolvia o povo de Judá e de Israel.

Em Malaquias 2 não é diferente.

Deus continua a chamar a atenção DOS SACERDOTES. O versículo 1 deixa isso bem claro:

“Agora, Ó SACERDOTES, este mandamento é PARA VÓS." (Malaquias 2:1)

Observe e leia todo o capítulo 2 de Malaquias. Você verá que Deus lista vários pecados cometidos pelos sacerdotes, como fazer o povo se desviar da lei, corromper a Lei e fazer acepção de pessoas.

Interessante notar, também, que no verso 13, Deus reclama da hipocrisia cometida NO ALTAR. Esta é mais uma prova de que as repreensões tinham um alvo específico: OS SACERDOTES; só eles tinham acesso ao altar; o povo de Israel e de Judá não tinha este acesso direto!

Em Malaquias 3 Deus continua sua repreensão aos sacerdotes.

“Ele se sentará como um refinador e purificador de prata; purificará os levitas e os refinará como ouro e prata. Assim trarão ao Senhor ofertas com justiça”. Malaquias 3:3

Palavras como “filhos de Levi” e “templo”, presentes no contexto de Malaquias 3, remete, sem sombra de dúvidas, aos sacerdotes.

O que estava havendo é que esses sacerdotes, oferecendo sacrifícios mortos e profanando as coisas santas de Deus, como falamos acima, estavam também retendo os dízimos pagos pelo povo.

Estes dízimos não eram dinheiro em espécie, mas alimentos. Sem que esses alimentos chegassem a quem de direito, pois eram indevidamente retidos pelos sacerdotes, as viúvas, os estrangeiros e os órfãos estavam sendo oprimidos, pois dependiam desses dízimos. (Malaquias 3:5)

É aí que Deus os repreende, mostrando que eles, OS SACERDOTES, estavam roubando a Deus quando não repassavam, conforme mandava a Lei, os dízimos aos mais necessitados.

Diante de tudo o que foi observado aqui, é correto atribuir o pronome “vós”, citado em Malaquias 3:7 aos SACERDOTES, especificamente, e não ao povo todo.

Constatando:

Bom esclarecer que não tenho dificuldades com a prática de ofertar e dizimar, entendo ser legítimo, a questão aqui são as pregações em torno do tema, atribuindo aos não dizimustas nas igrejas de hoje a carga de serem chamados de "Ladrão de Deus".

Portanto, observa-se isso porque líderes espirituais nas igrejas de hoje, porque assim foram aculturados por um longo tempo, nas suas pregações foram ensinados a declarar o não dizimista de sonegador “Roubador de Deus” (E nas pregações Malaquias 3:7, 8, é citado, para justificar a impiedosa acusação).

Entre estes pregadores me incluo, do que me arrependo, e espero que outros também se arrependam, porque o entendimento correto do texto é que “Os Sacerdotes, e não o povo é que roubavam a Deus”.

Então, se alguém estava roubando a Deus em Malaquias esse alguém não era o povo, mas sim o sacerdote. O povo não tinha acesso ao altar sagrado e nem era o responsável pela redistribuição de dízimos aos mais necessitados.

Observe, por todo o livro, como Deus tem como alvo de sua repreensão os sacerdotes e não o povo.  A declaração  “...roubais a mim, vós, toda a nação”, era porque o Sacerdote representava a nação diante de Deus.

Mas isso não identifica que cada um do povo da nação israelita sonegava os dízimos, mas que o sacerdote, representante da lei de Deus e seu povo, parte fundamental do concerto, por conseguinte, representante da nação, roubava a Deus.

A Bíblia está cheia de exemplos onde Deus cobra a nação pelo pecado de um homem.

Alguns Exemplos:

Quem foi que desobedeceu às ordens de Deus de não pegar para si os despojos da cidade de Jericó (Josué 7), conquistada pelos israelitas sob o comando de Josué?

Veja o textoMas os israelitas foram infiéis com relação às coisas consagradas. Acã, filho de Carmi, filho de Zinri, filho de Zerá, da tribo de Judá, apossou-se de algumas delas. E a ira do Senhor acendeu-se contra Israel”. Josué 7:1

Não foi somente um homem que desobedeceu? Sim, foi somente Acã que pegou meio quilo de ouro, dois quilos de prata e uma capa bacana, desobedecendo diretamente às ordens de Deus para não pegar para si esses despojos.

Mas quando Deus foi cobrar essa desobediência de UM HOMEM ele cobrou da nação toda, do povo inteiro, dos “filhos de Israel”. Quem perdeu a guerra para o povo de Ai, foi Acã ou foi Israel? Foram os israelitas...

“Israel pecou. Violaram a aliança que eu lhes ordenei. Eles se apossaram de coisas consagradas, roubaram-nas, esconderam-nas, e as colocaram junto de seus bens”. Josué 7:11

Percebemos que, assim como a igreja é um corpo e o pecado de um membro não disciplinado afeta TODA a igreja, assim também o pecado de Acã afetou todo o povo.

Agora, quem desobedeceu, especificamente? Foi Acã e não o povo todo. O ato, em si, de furtar foi de Acã somente!

Outro bom exemplo é o de Jonas. Quem “fugia de Deus”? Não era Jonas somente? Mas Deus, em juízo, iria afundar o barco todo!

Assim sendo..,

O livro de Malaquias é uma repreensão de Deus especificamente aos sacerdotes; foram eles, os sacerdotes, que roubaram a Deus nos dízimos e nas ofertas; não o povo! É claro que o povo sofreu também as consequências deste ato, como demonstrado em exemplos acima.

No entanto, pegar este texto de Malaquias e usar no contexto eclesiástico, chamando os crentes não dizimistas de ladrões, ao mesmo tempo em que ignora que as repreensões ali envolviam os sacerdotes em específico e não todo o povo é, no mínimo, continuar caindo no erro à luz do texto.

Em uma determinada ocasião, um pastor foi constrangido, quando abordado por sua ovelha, um senhor idoso, que envergonhado, cobrou do pastor explicações de ter sido chamado de “ladrão de Deus” quando o pastor pregou no texto de Malaquias 3 na mensagem de um domingo pela manhã na igreja onde esse pastor pastoreou por onze anos, em bairro do subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. Nota-se que faltou conhecimento exegético ao pastor, assim como tem faltado a muitos pastores e pregadores, pelo menos a partir da década de 60, quando iniciei a ouvir pregações nos púlpitos de nossas igrejas, assim como até a primeira década do ano dois mil, muitos de nós pregadores caminhamos no mesmo erro. Nos últimos cinco anos; tenho presenciado pregações esclarecedoras sobre o tema, como exegese mais correta referente ao livro de Malaquias.

Esclarecendo...

O dizimo é uma pratica salutar, e que não foi abolida no Novo Testamento, mas ao contrario os textos encontrados nos evangelhos, e nas cartas apostólicas, incentivam a pratica do dizimo a partir do entendimento que deve ser a expressão da generosidade de cada coração do crente, e sua celebração de gratidão ao Senhor pelas bênçãos alcançadas, e ao contribuir com ofertas e dízimos, o crente deve fazê-lo com alegria: “Deus ama a quem dá com alegria”.

“Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”. 2 Coríntios 9:7

O DÍZIMO NO NOVO TEXTAMENTO

No Novo Testamento não existe nenhuma regra clara sobre o dízimo mas diz que o crente deve ser generoso em suas ofertas para o trabalho da igreja. A generosidade é um sinal de gratidão e de confiança em Deus. Os primeiros discípulos davam muito mais que o dízimo!

“v.32, Da multidão dos que creram; uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham. V.33. Com grande poder os apóstolos continuavam a testemunhar da ressurreição do Senhor Jesus, e grandiosa graça estava sobre todos eles. v. 34, Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da vendav.35. e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um”. Atos 4:32-35

O Novo Testamento fala apenas algumas vezes do dízimo:

Mateus 23:23 e Lucas 11:42
Lucas 18:11-12
Hebreus 7:4-6

Nas passagens em Mateus e Lucas, Jesus estava mostrando o perigo de confiar apenas nas regras e rituais, sem ter o coração virado para Deus. Jesus não estava condenando o dízimo (nem o jejum), mas explicou que nada disso tem valor se a pessoa não é realmente dedicada ao bem. O dízimo somente é agradável a Deus quando é feito com um coração cheio de amor a Deus e a Seus caminhos.

A passagem de Hebreus 7 apresenta o sacerdote Melquisedeque como uma figura de Cristo, revelada no Antigo Testamento. De acordo com a Lei de Moisés, os sacerdotes da tribo de Levi deveriam receber os dízimos. Mas, antes dessa lei, Abraão, que era o bisavô de Levi, deu o dízimo a Melquisedeque, que simbolizava Jesus. Dar o dízimo era uma forma de reverência a alguém superior. Isso mostra que o sacerdócio de Jesus é superior ao sacerdócio da Lei de Moisés.

Cristão deve dar o dízimo, de acordo com o Novo Testamento?

Sim, o Novo Testamento não fala diretamente sobre o dízimo, mas assume que o verdadeiro seguidor de Jesus vai contribuir generosamente para a igreja. O mais importante é a vontade de contribuir, não a quantidade oferecida. Não querer contribuir é muito mau sinal. (2 Coríntios 9:6-7).

A igreja é o instrumento de Deus para levar o evangelho da salvação ao mundo. Contribuir para a manutenção da igreja, e contribuir para a salvação de mais pessoas. Dar ajuda financeira também é importante para que a igreja possa investir no cuidado e no amadurecimento daqueles que já são salvos (2 Coríntios 9:12-13).

Ofertar para a igreja também é uma forma de agradecer a Deus e colocar sua confiança nele. Quando você dá uma parte de seu dinheiro a Deus, você está reconhecendo que sua vida depende de Deus e é Ele que providencia aquilo que você precisa. Ofertar é mostrar que você ama mais a Deus que ao dinheiro (Mateus 6:24).

Embora não fale de dar o dízimo, o Novo Testamento recomenda fazer o compromisso de ofertar regularmente com base na proporção “de acordo com a sua renda”(1 Coríntios 16:2). Além de dar alguma estabilidade financeira à igreja, isso ajuda você a organizar seu orçamento pessoal. Ofertar de maneira regular é uma forma sábia de gerir suas finanças.

Quanto à aplicação da oferta e dízimos entregues na Igreja.

Se você está preocupado e quer saber onde seu dinheiro está sendo aplicado, pergunte à liderança da igreja!

No Brasil e em vários outros países, toda igreja legalizada tem o dever de apresentar um relatório financeiro mensal ou anual, que deve ser apresentado a quem pedir.

Participe das assembleias regulares da sua igreja, dê sugestões e ofereça sua ajuda. 

Coopere com sua igreja para o seu sustento; e para o crescimento do evangelho!

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