A PARÁBOLA DO RICO E LAZARO:
Lucas 16:19-31
Neste texto, conheceremos a explicação da à história do
Rico e Lázaro.
Também meditaremos sobre as lições importantes que
podemos aprender através das palavras de Jesus.
OCASIÃO:
Não é possível afirmar com toda certeza a exata ocasião no
ministério de Jesus em que a Parábola do Rico e Lázaro foi contato. No
entanto, podemos claramente perceber uma conexão entre essa parábola e os
versículos que a precedem, incluindo a Parábola do Administrador Infiel,
registrada no mesmo capítulo.
Indo ainda mais além, também podemos identificar um tipo de
sequência dos ensinamentos abordados ainda no capítulo anterior (15).
No capítulo 15, encontramos advertências do Senhor Jesus
sobre a atitude incorreta no trato com as pessoas.
Os perdidos que eram desprezados pelos escribas e fariseus,
eram muito importantes para Deus, de modo que Ele mesmo busca ativamente tais
pecadores e se alegra quando um destes se arrepende.
Esse é um ensino presente nas três parábolas do
capítulo: Parábola da Ovelha Perdida, Parábola da Dracma Perdida e
a Parábola do Filho Pródigo.
Já no capítulo 16 lemos as advertências contra o uso
incorreto e pecaminoso das possessões (riquezas, bens e propriedades). Jesus é
claro ao afirmar que “não se pode servir a Deus e a
Riquezas” (Lucas 16:).
OBJETIVO:
Com base nesse ensino, é possível entendermos que a Parábola do Rico e Lázaro é um tipo de clímax do ensino de Jesus
presente nestes dois capítulos.
Nela, ele adverte de uma só vez, sobre o uso indevido das
riquezas e sobre o modo desprezível de se tratar o próximo.
EXPLICANDO...
Creio que nesse ponto já seja possível entender, de maneira
geral, o ensino principal da Parábola do Rico e Lázaro.
No entanto, para que a explicação fique bastante clara,
vamos conhecer um pouco melhor os dois personagens citados nessa narrativa.
O
RICO...
Jesus fornece dados suficientes para entendermos que aquele
homem era muito rico.
Ele se vestia de “púrpura e linho fino”.
Essa tintura púrpura era bastante cara, e era obtida de um molusco. Uma túnica
de púrpura era um traje digno de realeza.
Embaixo da túnica de púrpura ele usava linho fino. Além das
roupas, aquele homem vivia uma vida de ostentação, participando de
festas e banquetes diários.
O rico da
parábola era o egoísmo em pessoa.
Ele não se importava nenhum pouco com a condição de seu
próximo.
Apesar de toda sua riqueza, curiosamente não sabemos seu
nome. Jesus não se preocupou em nos informar esse detalhe.
Para nosso Mestre, o nome do rico não tinha qualquer importância.
Após a morte, o rico foi para um lugar de tormento. A
palavra que aparece originalmente é o grego Hades.
Esse termo possui diferentes significados que dependem do
contexto. Neste caso específico, a tradução correta é inferno, ou seja, o inferno.
A referência é a um lugar de tormento onde a alma do ímpio
é atormentada enquanto aguarda a ressurreição do corpo para, após o juízo final, ser
lançado no lago de fogo, isto é, o inferno em seu estado final.
O comportamento do “rico ímpio” no inferno é bastante
interessante
(Uma visão do autor da
Parábola para explicar o estado ímpio após a morte)
Completamente atormentado, ele pediu para que Abraão
fizesse com que Lázaro molhasse o dedo na água e colocasse em sua língua.
Depois, ele também pediu para que Abraão mandasse Lázaro à
casa de seu pai para fazer com que seus cinco irmãos se arrependessem.
Você consegue perceber que mesmo após a morte o rico
continuou com seu comportamento egoísta?
Você percebe que ele continuava tratando Lázaro como um
servo, um garoto de recado?
Outra coisa interessante é que o rico sabia muito bem quem
era Lázaro. Ele admite conhecer pelo nome o mendigo que ficava jogado à sua
porta esperando por compaixão.
Suas palavras no além apenas confirmaram o quanto ele
negligenciou a Palavra de Deus. Ele não amou a Deus sobre todas as coisas, muito
menos seu próximo como a si mesmo.
LÁZARO, o mendigo...
Lázaro é um nome latino que deriva do grego Lazaros, que, por sua vez, é uma transliteração do
nome hebraico Eleazar, que significa “Deus
tem socorrido” ou “Deus ajuda”.
Podemos perceber nesta parábola, a possibilidade de
Jesus ter utilizado esse nome justamente para indicar que aquele mendigo, mesmo
com todos os problemas e provações que enfrentou durante a vida, tinha depositado toda sua confiança em Deus.
Lázaro morreu, foi
levado pelos anjos para estar na companhia de Abraão no Paraíso (“Ceio de
Abraão”).
Note o contraste impressionante: o mendigo que aqui na
terra desejava comer migalhas e tinha por companhia os cães que lambiam suas
feridas, agora estava no céu, reclinado à mesa celestial juntamente com Abraão (cf.
Mateus 8:11).
“Abraão”
é considerado na
Bíblia como o grande patriarca do povo judeu. Mas não apenas isto, ele também é
considerado como o pai de todos os redimidos que creem em Jesus (Rm 4:11).
“Pai Abraão” Jesus assim se referiu na
parábola, pelo fato de que os judeus colocavam
Abraão acima de Jesus:
“Nosso pai é Abraão ... És maior do
que o nosso pai Abraão?” (cf. Jo.8:39,53; Mt.3:9).
O que simplesmente Jesus faz é pôr na boca Abraão
exatamente às palavras dEle próprio.
Outra coisa interessante é o fato de
que no relato, Lázaro não pronuncia uma única palavra, nem enquanto estava
vivo, nem mesmo após a morte. Diferentemente do rico, Lázaro em nenhum
momento precisa tentar se auto justificar.
LIÇÕES
IMPORTANTES...
Três importantes verdades principais:
- A verdade de que as riquezas terrenas de nada valerão na eternidade fica muito clara no texto.
- Essa parábola é um convite ao arrependimento enquanto ainda há tempo.
- Após a morte nada mais poderá ser feito.
Estabelecido esse ensino principal, agora podemos pontuar algumas lições derivadas
desse princípio:
1. O problema
não é ser rico:
Não existe nenhuma passagem bíblica
que ensina que é pecado ser rico.
O que a Palavra de Deus condena é o
amor ao dinheiro.
“Não se pode servir a Deus e as
riqueza”.
O ensino bíblico é de que alguém é verdadeiramente
rico quando compartilha suas bênçãos materiais e espirituais com os
necessitados e com a Obra do Reino de Deus.
2. A auto
justificação não pode livrar ninguém:
Como vimos, essa parábola foi
direcionada aos fariseus, pessoas que achavam que poderiam se apoiar na justiça
própria.
Eles chamavam Abraão de pai, assim
como o rico, e pensavam que por sua linhagem tinham um lugar garantido no
Paraíso.
A Palavra de Deus nos revela que é
somente através da justificação pela fé em Jesus Cristo que poderemos desfrutar
da bem-aventurança eterna (Romanos 5:1)
3. Após a morte,
nada mais poderá ser feito:
Esse texto nos ensina que não existe
qualquer possibilidade de comunicação entre vivos e mortos. Nem mesmo é
possível alterar a condição de condenação eterna após a morte.
A condição de bem-aventurança, como
a de Lázaro, ou a de condenação, como a do rico, está fixada para sempre.
A oportunidade de vivermos uma vida
de acordo com a vontade de Deus deve ser aproveitada agora.
4. O sofrimento
é eterno e sem alívio:
Na Parábola do Rico e Lázaro Jesus
deixou muito claro que os que já partiram estão plenamente acordados e
conscientes.
Alguns aguardam o dia do juízo na
bem-aventurança, enquanto outros aguardam em sofrimento.
5. A salvação é
uma obra inteiramente divina:
Se Espírito Santo não regenerar o
pecador, nem mesmo o maior dos milagres poderá fazer com que ele se convença de
seu pecado.
O rico pediu para que Abraão
envia-se Lázaro, e depois qualquer um dos mortos, para que fosse ter com seus
irmãos para que estes pudessem se converter.
O rico, “mesmo após a morte”, não
demonstrou arrependimento. Ele apenas lamentou seu sofrimento, mas em nenhum
momento indicou que compreendeu os mandamentos do Senhor.
O caráter do rico continuou o mesmo.
Ele enxergou Lázaro como um simples servo. Tentou se aproveitar de sua condição
de descendente de Abraão ao chamá-lo de “pai”. No final, ele ainda pensou que,
até mesmo na eternidade, seus caprichos poderiam ser atendidos.
APLICAÇÃO...
Qualquer que seja a posição social econômica
das pessoas, o mais importante é o valor que ela dá a Palavra de Deus.
"Abraão
respondeu: ‘Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão
convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos’ ". Lucas 16:31
Somente a fé é o canal de justificação das pessoas perante
Deus.
A salvação é o prêmio eterno para os
salvos, assim como o ímpio que morre sem arrependimento a condenação também é
eterna.
"Mas
Abraão respondeu: ‘Filho, lembre-se de que durante a sua vida você recebeu
coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora, porém, ele está
sendo consolado aqui e você está em sofrimento. Lucas 16:25
Assim, como as oportunidades de
escolha são durante a vida, é extremamente importante que as pessoas façam a
decisão enquanto tem vida.
“Da
mesma forma, como o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso
enfrentar o juízo” Hebreus 9:27
Escolha ser amável enquanto há
tempo!
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