A VIDA EXEMPLAR DOS CRENTES (Parte 1)


1ª Pedro 2:11-17

v.11. Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma;
v.12. Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.
v.13. Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior;
v.14. Quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.
v.15. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos;
v.16. Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus.
v.17. Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei.


1 Pedro 2:11-17

1ª Pedro 2

2:1-10 – Os crentes são a casa espiritual edificada em Cristo.
2:11-17 – A vida exemplar dos crentes – Deveres (parte 1).
2:18-25– A vida exemplar dos crentes – Deveres (parte 2)

Em 1ª Pedro 1:1,2 -  o apóstolo Pedro começa saudando aos eleitos de Deus espalhados por toda a Ásia. A esperança que foi implantada em nós pelo Evangelho de Jesus Cristo, é viva! Não pode murchar.

O tempo em que Pedro escreveu a carta data de aproximadamente entre os anos 62 a 69 d.C., escreveu de Roma chamada no texto de “Babilônia” devido as baixas condições morais, éticos e pagãos daquela cidade.

No capitulo 2 – O tema principal é revelar quem são os crentes/Igreja, e seus deveres cristãos.

Os versos 11-17 deixa claro sobre os deveres esperados na vida de um crente e da Igreja de Jesus Cristo.

O texto é uma mensagem ao crente para permanecer na vida de santidade e de boas obras porque estas dão autoridade espiritual e moral a quem confessa o Nome do Senhor Jesus e a Ele se submete.

1. Apelo a renuncia...

“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma”. 1 Pedro 2:11

O apostolo exorta o crente a andar dignamente como o seu chamado, em contraste com a sua própria caminhada anterior, agora ele os encoraja a glorificar a Deus perante os incrédulos.

a) Amados – forma afetuosa de exortar, assegurando aos crentes o seu amor.

b) peregrinos e estrangeiros – Peregrinos literalmente, colonos tendo uma casa em uma cidade sem serem cidadãos em respeito aos direitos de cidadania; uma imagem da posição do cristão na terra; e peregrinos, permanecendo por um tempo em uma terra estrangeira. (1Pe 1:17).

c) Abster-se dos desejos carnais – Não apenas os apetites grosseiros que temos em comum com os brutos, mas todos os pensamentos da mente não renovada. (Gl 5:19)

d) que batalham contra a alma – isto é, contra a alma regenerada; como aqueles que agora são abordados.

A alma regenerada é assediada por desejos pecaminosos. Como Sansão no colo de Dalila, o crente, no momento em que cede à concupiscência da carne, corta as mechas de sua força e deixa de manter essa separação espiritual do mundo e da carne da qual o voto nazareno era do tipo.

2. Viver honesto entre os gentios...

Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem”. 1 Pedro 2:12

- Tendo o vosso viver honesto...
- Entre os gentios...
- Naquilo que falam mal de vós...
- Como de mal feitores...
- Glorifiquem a Deus...
- No dia da visitação...
- Pelas boas obras que em vós observem...

a) Honesto – honrado, tornando-se, apropriado (1Pe 3:16). Contraste “conversas vãs”. (1Pe 1:18).

Uma boa caminhada não nos torna piedosos, mas primeiro precisamos ser piedosos e crer antes de tentarmos seguir um bom caminho. A fé, primeiro recebe de Deus, então o amor dá ao nosso próximo (Lutero).

b) comportamento – “Conduta”. Há duas coisas em que “estranhos e peregrinos” devem se comportar bem:

(1) a conversa ou conduta, como sujeitos (1Pe 2:13), servos (1Pe 2:18), esposas (1Pe 3:1), maridos (1Pe 3:7), todas as pessoas sob todas as circunstâncias (1Pe 2: 8). (2) confissão da fé (1Pe 3:15-16).

Cada um dos dois é derivado da vontade de Deus. Nossa conversa deve corresponder à condição de nosso Salvador; isto está no céu, assim deveria ser.

c) para que, naquilo que de vós …  falam mal – agora (1Pe 2:15), que eles podem, no entanto, em algum momento ou outro futuro, glorificar a Deus.

O grego pode ser traduzido: “Em que falam contra você” que (aqui) eles podem, por suas boas obras, que em uma inspeção mais próxima poderão glorificar a Deus. (Steiger).

d) Para que glorifiquem a Deus – Formando uma alta estimativa do Deus a quem os cristãos adoram, da conduta exemplar dos próprios cristãos. Nós devemos fazer o bem, não com vista a nossa própria glória, mas para a glória de Deus.

e) no dia da visitação – da graça de Deus; quando Deus os visitar em misericórdia.

3. Sujeitai-vos...

Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei, como superior”. 1 Pedro 2:13

- Sujeitai-vos...
- A toda a ordenação humana...
- Por amor do Senhor...
- Quer ao rei, como superior...

a) toda autoridade humana – “toda instituição humana”, literalmente, “toda criação humana”.

Pois apesar da designação divina, ainda no modo de nomeação e no exercício de sua autoridade, os governantes terrenos são apenas instituições humanas, sendo dos homens e em relação aos homens. Estas autoridades devem ser honradas por amor a Cristo.

Quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem”. 1 Pedro 2:14

b) governantes – subordinados ao imperador, “enviados”, ou delegados por César para presidir as províncias.

- Para juízo dos malfeitores.
- Para louvor do que fazem o bem.

c) conceder honra aos que fazem o bem – Todo governo reconhece a excelência dos assuntos verdadeiramente cristãos.

Assim, Plínio, em sua carta ao Imperador Trajano, reconhece:

“Eu não encontrei neles nada além de uma superstição perversa e extravagante”.

O reconhecimento em longo prazo atenua a perseguição (1Pe 3:13).

4. Assim é a vontade de Deus... Fazer bem.

Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos”. 1 Pedro 2:15

- Porque assim é a vontade de Deus...
- Que fazendo o bem...
- Tapeis a boca à ignorância...
- Doas homens insensatos...

a) Fazendo o bem – ser observador das coisas que agradam ao Senhor, para calar os perseguidores.

b) Ignorância dos homens insensatos – espiritual não tendo “o conhecimento de Deus” e, portanto, ignorante dos filhos de Deus, e interpretando erroneamente seus atos; influenciados por meras aparições, e sempre prontos para abrir suas bocas, ao invés de seus olhos e ouvidos.

Sua ignorância deveria mover a piedade do crente, não sua raiva. Eles julgam as coisas que eles são incapazes de julgar através da incredulidade (compare 1Pe 2:12).

5. Não usar da liberdade para cobertura da malícia...

Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus”. 1 Pedro 2:16

- Como livres...
- Não useis a liberdade como pretexto para a malícia...
- Mas como servos de Deus...

a) Como pessoas livres – como “os homens livres do Senhor”, conectados com fazendo bem como sendo livres. (1Pe 2:15)  

“Fazer bem” (1Pe 2:15) é o fruto natural de ser homens livres de Cristo, tornados livres pela “verdade” da escravidão do pecado.

O dever é imposto a nós para nos protegermos contra a licenciosidade, mas a maneira pela qual deve ser cumprida é pelo amor e pelos santos instintos da liberdade cristã. Nós recebemos princípios, não detalhes.

b) não useis a liberdade como pretexto para a malícia. Em vez disso, sede como servos de Deus no original quer dizer: Não como tendo a sua liberdade por um véu (manto) de maldade, mas como os servos de Deus, e, portanto, obrigado a se submeter a toda ordenança do homem que é de Deus. (1Pe 2:13)

Portanto: “Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei”. 1 Pedro 2:17

O QUE APRENDEMOS?

Aprendemos que os deveres dos crentes precisam ser entendidos como obediência aos ensinos de Jesus.

Aprendemos que no cumprimento dos deveres os crentes potencializam a sua vida de santidade.

Aprendemos que a renuncia do “eu”, e o domínio próprio, são necessários para cumprimento dos deveres cristãos.

Aprendemos que o crente, a partir da regeneração em Cristo, está apto para cumprir os deveres cristãos.

Aprendemos que o crente deve apresentar um viver honesto diante dos “gentios”.

Aprendemos que o bom procedimento do crente produz frutos de glorificação a Deus.

Aprendemos que os crentes devem estar sujeitos às autoridades, como estão sujeitos a Cristo – o Senhor.

Aprendemos que fazer o bem é cumprimento da vontade de Deus, enquanto “peregrinos na terra”.

Aprendemos que o crente não deve usar a liberdade (da condenação eterna), que alcançou em Cristo, para dar ocasião à malicia.

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