Jovem Crente & Universidades
O JOVEM CRISTÃO NAS UNIVERSIDADES – Parte 1
As estatísticas são
sombrias. Alguns chegam a afirmar que em média, 60% dos jovens evangélicos que
adentram a universidade se afastam da comunhão dos santos e da igreja.
Identificar e afirmar de
modo absoluto os reais motivos para a apostasia de nossos jovens, partem do
pressuposto de que, algumas razões são preponderantes para o esfriamento da fé
da juventude cristã:
1. Nossos jovens podem não
estar sendo preparados plenamente para enfrentar as demandas sociais,
comportamentais e filosóficas na universidade.
Na verdade, sem a menor
sombra de dúvidas, muitos dos nossos jovens crentes universitários não estão
preparados, e não têm formação espiritual necessária para a desconstrução de
valores absolutamente anticristãos.
Por exemplo, as
universidades públicas estão repletas de conceitos marxistas. Volta e meia surge
a informação de professores que em sala de aula zombam de Cristo,
ridicularizando publicamente todos aqueles que se dizem cristãos.
2- Nossos jovens não estão
sendo preparados pelos pais crentes com vistas ao enfrentamento cultural. A
sociedade se apresenta multifacetada, cujo os valores relacionados a sexo,
família, trabalho, sucesso e moral foram relativizados. Nesta perspectiva não
são poucos aqueles que ao longo dos anos tem sucumbido diante da avalanche de
conceitos extremamente antagônicos aos pressupostos bíblico-cristãos.
3- Nossos jovens podem não
estar preparados para responder as perguntas de uma sociedade sem Deus como
também oferecer respostas àqueles que lhes questionam a razão da sua fé.
Nesta perspectiva os conceitos "simplistas" de alguns dos nossos
rapazes e moças tem sido facilmente desconstruídos num ambiente onde o
ceticismo e a incredulidade se fazem presentes.
4- Nossos jovens têm sido
influenciados negativamente pelo secularismo, pela busca da satisfação pessoal
(hedonismo). E o secularismo é um grave problema dos dias atuais. A Europa, por
exemplo, transformou-se num continente secularista onde o que mais importa é o
bem estar comum e a ausência de Deus. Nesta perspectiva vive-se para o prazer,
nega-se uma fé transcendente quebrando todo e qualquer paradigma que nos faça
lembrar de Cristo ou da igreja.
Diante deste funesto quadro surge a pergunta:
O que fazer então?
1- A família cristã
precisa ser fortalecida, buscando a edificação dos seus lares para que sejam sólidos
cujo fundamento é infalível Palavra de Deus.
2- Os jovens crentes
precisam estar preparados para responder as perguntas da sociedade. Nessa
perspectiva, deve-se investir numa formação bíblica expositiva, cujo foco deve
ser oferecer a juventude "armas" espirituais capazes de anular
sofismas.
3- A Igreja precisa
investir em universitários promovendo grupos de comunhão, debates, além de
discussões bíblicas, sociológicas e filosóficas, oferecendo a estes condições
de responder aos seus inquiridores o porque da sua fé.
4- A Igreja precisa estudar
a bíblia com os universitários. Questões relacionadas ao pecado, juízo eterno,
salvação, morte e sofrimento além de tantos outros conceitos relacionados aos
nossos dias precisam ser explicados e entendidos pelos nossos jovens.
5- A Igreja precisa preparar
os seus jovens para se relacionarem com a cultura. O problema é que em virtude
do maniqueísmo que nos é peculiar satanizamos o mundo bem como todas as suas
vertentes culturais. Por outro lado, existem aqueles que em nome da
contextualização "mundanizaram" a Igreja, levando o povo de Deus a um
estilo de vida ineficaz cujos frutos não tem sido muito bons.
6- A Igreja precisa
fomentar em seus jovens o desejo de conhecer a Deus e se relacionar com Ele.
Jovens que se relacionam com Deus através da oração e das Escrituras Sagradas
tornam-se mais fortes diante dos embates desta vida.
Que Deus nos ajude diante
hercúlea missão e que pela graça do Senhor nossa juventude possa ser bênção da
parte do Senhor na universidade.
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O JOVEM CRISTÃO NAS UNIVERSIDADES – Parte 2
Como
vimos na parte 1. É muito comum, nas escolas, nas universidades, e em cursos de
graduação, mestrado ou doutorado alunos cristãos ouvirem gracejos, ironias,
comentários preconceituosos a respeito do cristianismo e verberações contra
Deus.
Alguns
estudantes cristãos, diante das perseguições, costumam reagir, às vezes de modo
hostil. Por isso devemos estar prontos para defender nossa fé (1Pd 3.15).
“Antes,
santifiquem Cristo como Senhor no coração. Estejam sempre preparados para
responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês”. 1 Pedro 3:15
TESTEMUNHO NO MUNDO ESTUDANTIL
O Servo
de Deus, e em o jovem cristão, precisam saber viver em qualquer lugar ou
ambiente, e dar testemunho efetivo da sua fé em Jesus Cristo, mesmo que esteja
sozinho, longe do pastor, dos pais ou dos irmãos em Cristo.
Muitos,
mesmo tendo nascido num lar cristão, só conseguem manterem-se firmes enquanto
são crianças levadas à Igreja pelos pais. Muitos quando se tornam adolescentes,
já começam a se sentir inseguros e chegam a desviar-se, quando se tornam
jovens.
É
preciso saber conduzir-se em qualquer lugar, diante de quem quer que seja sem
envergonhar-se do maravilhoso nome de Jesus.
Meditaremos
em alguns aspectos que precisam ser considerados nesse assunto:
1 Tomar posição na
identificação com Cristo.
Como salvo
nascido de novo (Jo 3.33-5); regenerado em nova maneira de viver (2Co 5.17); em
nova maneira de pensar (Rm 12.2); temos que preservar a posição de crente.
Daniel
e seus companheiros, no meio de muitos estranhos, num palácio real, não negou
sua fé nem a seu Deus (Dn 1.8; 3.1-26).
O jovem
cristão deve guardar a fé (1Tm 6.20; 2Tm 4.7) para combater o bom combate
durante os quatro ou mais anos de estudos intensos, pois, isso é o primeiro
passo para nunca se desviar.
2 Tomar posição como
servos do Senhor.
Como
discípulos de Jesus, e o discípulo de Jesus têm características especiais (Jo
13.34,35).
Daniel
é um modelo de fidelidade, integridade e de oração para os jovens e
adolescentes crentes: “Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas
as letras e sabedoria...” (Dn 1.17), como também foram outros jovens na
história bíblica como Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm
16.12),Timóteo (2Tm 3.15).
3 Tomar posição no
testemunho.
Como
luz do mundo devemos o crente precisa dar testemunho a fim de ser visto pelos
homens (Mt 5.14-16).
É o
testemunho em posição elevada, o crente tem a luz da vida (Jo 8.12).
4 Tomar posição de falar
de Cristo sempre que tiver oportunidade (At 4.18-20).
Falar a
tempo e fora de tempo (com sabedoria).
É
preciso ter sabedoria no falar, não lançar pérolas aos porcos (Mt 7.6); não
perder tempo com o herege (Tt 3.10); estar preparado para responder com
mansidão (1Pe 3.l5).
Há
cristãos que não gostam de falar de Cristo, pois, têm vergonha (Lc 9.26; Jd 3).
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A VIDA CRISTÃ NA UNIVERSIDADE - Parte 3
Mas
será que fé e educação são coisas contraditórias?
Por que
jovens crentes entram em crise espiritual quando entram nas universidades?
Como
vimos, o ambiente universitário sempre foi desafiador ao cristão. Ocorre que a
própria vida cristã é por si mesma um enorme desafio. A questão é que a
universidade possui a agravante de expor educacionalmente os crentes aos
ensinamentos de [alguns] pensadores e filósofos ateus, agnósticos ou céticos
que formularam críticas ferrenhas contra Deus e a Igreja, como é o caso de
Voltaire, Nietzche, Bertrand Russel, David Hume, Michel Foucault e outros.
Importante
que Jovens crentes nos seus ambientes estudantis estejam prontos para dar
testemunho da sua fé.
Para
ilustrar a importância do testemunho cristão, o Senhor Jesus utilizou-se de
dois elementos comuns aos ouvintes: o sal e a luz.
“A ilustração do sal fala do nosso caráter (aquilo que
é interno); a luz fala do nosso testemunho (aquilo que é externo)”.
Observe
que Cristo falou primeiro do sal da terra e depois da luz do mundo, assim o
caráter precede o testemunho.
Vejamos
algumas lições práticas que podemos extrair desses dois elementos na nossa vida
acadêmica:
1 O jovem cristão como sal da terra (Mt 5.13).
Trata-se
do testemunho real, positivo, que não se vê a princípio, mas se sente. É o
testemunho silencioso com a vida, com os gestos e as atitudes no dia a dia, na
convivência com as demais pessoas.
É muito
eficaz no ambiente universitário. Ele se torna mais poderoso ainda, quando o
jovem cristão leva a sério a vida de oração pelos colegas, pelos professores, dirigentes
(Tg 5.16).
2 O jovem cristão como luz do mundo (Mt 5.14).
É o
testemunho para ser visto mesmo, dado de modo eloquente, que não pode ser
ocultado, através da pregação, do testemunho falado, da conversa com os colegas
e professores.
Muitas
vezes, os jovens cristãos são desafiados, e tem que se pronunciar, em classe,
rebatendo ensinos heréticos, dados por professores materialistas, e ou de
doutrinação ideológica; isso é a luz brilhando nas trevas (Ec 11.9-10).
Exemplo do Jovem Daniel e
seus amigos: A universidade da Babilônia
queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e
implantar neles novas convicções, novas crenças, e novos valores, por isso
mudaram seus nomes. A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não mudou seus
corações. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias
e as pressões externas ditassem sua conduta.
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COMO SAIR-SE BEM NA UNIVERSIDADE - Parte 4
Dentro
deste estado laico em que vivemos cada vez mais as universidades se limitam à
mera transmissão dos conhecimentos, relegando ou criticando tudo aquilo que se
refere à religião e à fé.
Consequentemente,
para muitos jovens, os anos de estudo na academia são fortes períodos de
tentações em relegar a fé a um terceiro plano ou até ao total abandono. Notem o
que fazer para permanecerem fiéis ao Senhor:
1 Não se descuidar da oração.
Ela (a
oração) é a “arma secreta” do cristão. Todos os que foram vitoriosos, na Bíblia
e na história, foram homens e mulheres de oração (Mt 7.7-11; Lc 11.5-13;
18.1-8).
O
apóstolo Paulo diz: “Orai sem cessar” (I Ts 5.17); “Orando em todo o
tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a
perseverança...” (Ef 6.18).
2 Ser cheio do Espírito Santo.
De que
adianta ao estudante crente ser um bacharel em tantas áreas do conhecimento
humano se ele ainda desconhece os ensinos bíblicos em termos de fé?
De que
adianta ao estudante crente ter tantos conhecimentos sobre a história e a
evolução do ser humano se ele ainda não aprendeu o valor de ser cheio do
Espírito Santo sendo testemunha de poder (At 1.8), possuindo os Dons do
Espírito (1Co 12), e tendo o Fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
3 Não se descuidar da
leitura da Bíblia.
Lendo a
Bíblia e orando, o crente cresce: “...na graça e no conhecimento de Nosso
Senhor Jesus Cristo” (2Pe 3.18) “... e sabe responder a cada um que lhe pedir a
razão de sua fé” (1Pe 1.21).
O jovem
Timóteo foi exortado pelo apóstolo Paulo a se portar “como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da Verdade” (2Tm 2.15).
4 Não se ocultar como
crente em Jesus.
Ter
sabedoria para ser “luz do mundo” ao mesmo tempo em que é “sal da terra”:
Levar
literaturas para distribuir na ocasião propícia; evitar conturbar as aulas com suas
convicções, mas falar se for necessário.
Nos
intervalos de aula falar aos colegas isoladamente ou em grupo sobre o amor de
Deus, a Salvação, sobre Jesus, mas com prudência e sem se exceder.
Dizer
aos colegas o que Deus tem feito em nossa vida e convidar os colegas e
professores para irem à igreja para que possam ouvir a Palavra de Deus
(1Jo 2.14).
5 Não se irritar se for criticado (1Pe 3.l5).
Uma das
armas do inimigo é provocar o cristão, para que ele se irrite e perca a ocasião
de demonstrar sua fé, seu amor e humildade diante dos descrentes.
Procurar
não só estudar a Bíblia, mas ter informação sobre os falsos ensinos religiosos,
e ideológicos que se contrapõem à Palavra de Deus.
É
importante ser assíduo, estudioso, dedicado e honesto nos estudos ou no
trabalho para que: “vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que
está nos céus” (Mt 5.16).
Portanto, Ao ingressar na vida estudantil, e principalmente em
uma Universidade e nos anos que se seguirem, o cristão não pode e não deve
descuidar da vida espiritual, alegando que as inúmeras disciplinas preenchem
todas as horas do seu dia, pois se na universidade os jovens são mais
questionados sobre as razões da fé, maior deve ser o tempo dedicado ao estudo
da doutrina e das verdades bíblicas, que professa como cristão.
Devem
ter cuidado, pois, a universidade é um lugar de debates, de pluralidade de
ideias que convergem para o ser humano. Mas, muitas vezes, as universidades
relegam a religiosidade e a vida espiritual a uma mera superficialidade, não
reconhecendo o ser de Deus e conduzindo estratégias acadêmicas que conduzem ao
desprezo da fé e de tudo aquilo que se refere à religião.
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Fonte:
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REFERÊNCIAS
CRAIG,
William Lane. A veracidade da fé cristã: uma apologética contemporânea. SP:
Vida Nova.2010.
JOHNSON,
Phillip. Ciência, intolerância e fé. Viçosa, MG: Editora Ultimato, 2004.
JOHNSON,
Phillip. As perguntas certas. SP: Cultura Cristã, 2004.
LARSEN,
Dale e Sandy. Sete mitos sobre o cristianismo. SP: Vida.
MacARTHUR,
JR., John. Criação ou evolução: a luta pela verdade sobre o princípio do
universo. SP: Cultura Cristã, 2004.
SCHAEFFER,
Francis. A morte da razão: a desintegração da vida e da cultura moderna. SP:
Cultura Cristã, 2002.
SCHAEFFER,
Francis. O Deus que intervém: o abandono da verdade e as trágicas consequências
para a nossa cultura – a única esperança na verdade histórica do cristianismo.
SP: Cultura Cristã, 2002.
STOTT,
John. Por que sou cristão. Viçosa, MG: Editora Ultimato.
STROBEL,
Lee. Em defesa da fé. SP: Vida, 2002.
Excelente explanação!
ResponderExcluirAssunto de grande importância, e muito contextualizado.
Parabéns!!!
Continue produzindo!
Obrigado...
ExcluirOre sempre por mim!